Santo Antônio, o santo casamenteiro

(Carlos Casaes e Carla Maria)



Desde a minha primeira infância eu me acostumei a ver as pessoas, especialmente minha família, renderem graças a SANTO ANTÔNIO. Da mesma sorte como percebi, desde então, de que era o santo ao qual, sobretudo as moças solteiras, o exaltavam como aquele que lhe poderia proporcionar um belo casamento. Cresci e até a fase adulta, essa condição continuou a me sugerir as graças do querido santo. Até hoje, as filhas CARLA e HELGA reúnem as colegas, amigas e parentes aqui em casa, no dia 13 de junho (dia em que ele faleceu), para comemorar o festejado santo.


O mês de junho todo ele lhe era dedicado, atenções que dividia sobretudo com São João, mas também com São Pedro. O mês inteiro, especialmente os treze primeiros dias, lhe era consagrado. Fato que proporcionava a que, por toda a cidade, as comemorações, especialmente naqueles primeiros dias do mês, consubstanciavam verdadeiras festividades, com dança inclusive nas casas dos amigos por todos os bairros de Salvador. O que era especialmente perseguido por mim junto aos muitos parceiros mais chegados.

Um santo português

A primeira particularidade na vida de Santo Antônio era o fato de lhe ser destinado como origem, Portugal. No entanto, a maior curiosidade da sua origem é que, na realidade, o seu nome de nascimento era FERNANDO BULHÕES. E que ele nasceu em Lisboa, capital do pais lusitano, no ano de 1195. Quanto à sua condição de religioso, em verdade, ele foi um frade, originalmente agostiniano, mas que, ao longo da sua vida, tornou-se, verdadeiramente um franciscano. Condição que esteve sempre aliada ao fato de ser um excepcional pregador.


A principal característica de sua vida foi o detalhe de a ter dedicado a se destinar aos pobres. No púlpito, revelou-se logo com uma especial eloquência, a par de que renunciou aos valores da riqueza por toda a sua vida. A sua história vai revelar de que as andanças o conduziram à Itália, o que é fato reconhecido ter o seu falecimento ocorrido em Pádua, naquele país. E a sua vida de penitências consumou-se no dia 13 de junho de 1231. É, portanto, o dia em que é mundialmente comemorado.

Os valores revelados durante toda a sua vida foram de tal sorte que a sua canonização ocorreu em menos de um ano após o seu falecimento. Uma outra característica que o notabilizou, a partir de então, foi de vir a ser o padroeiro dos objetos perdidos. Mas a força do seu culto veio a ser mesmo no fato de ser festejado como o santo casamenteiro. Até em virtude das tantas histórias em torno das questões de ser o santo que ajudava as pessoas a assegurar o casamento. Notadamente das jovens em busca daquela condição.

Em agosto foi o seu nascimento

Na realidade, a data do seu nascimento foi 15 de agosto. Contudo as comemorações marcaram o dia 13 de junho, que foi a data do seu falecimento. A verdade é que é um dos santos mais venerados no Brasil, como ocorre, da mesma sorte na Europa, nas Américas e, indiscutivelmente, um dos mais cultuados em todo o mundo.



Santo Antônio era filho do casal lusitano Martino Buglioni e Donna Maria Taveira. Aquele casal, quando do nascimento de Antônio morava em residência que ficava vizinha à Catedral Basílica, em Lisboa - Eu estive no local, numa das ocasiões em que visitei Lisboa - No entanto, ele chegou a residir, por dois anos, em São Vicente, quando ainda pertencia à ordem agostiniana. Contudo, objetivando evitar a visita dos muitos amigos acabou transferindo-se para outro sítio. Pretendendo, já ali, uma certa privacidade.

Em princípio, a cidade eleita foi Coimbra, que está a 230 km de Lisboa. Encontrava-se, então, com apenas 17 anos, oportunidade em que passou a conviver, na realidade, com os 70 membros da comunidade religiosa. Foi ali que, durante 8 anos, realizou o seu curso, fato que ocorreu entre 1212 e 1220. Por aquele tempo foi que se consumou, em verdade, a sua formação humana e intelectual. Então, quando ele foi influenciado por talentosos mestres que lhe destinaram, até, uma rica biblioteca para a peregrinação de suas consultas.

O humanismo e a teologia em sua vida

O início de sua vida adulta foi dedicada inteiramente aos estudos, no que se se destacam especialmente as ciências humanas e teológicas. Durante aquele período, teve sensivelmente alterada a sua condição psicológica, muito particularmente no que respeita ao seu futuro processo existencial. Até quando ocorreu a sua ordenação, que foi em setembro de 1220. Foi a partir de quando ele abdicou da sua condição de agostiniano para passar a ser investido na túnica grossa e marrom dos franciscanos, à mesma época em que renunciou ao seu nome de batismo e adotou definitivamente o nome de ANTÔNIO. Foi a oportunidade em que admitiu a intimidade com a regra franciscana, precisamente quando, da mesma sorte, mudou-se, inicialmente, para Marrocos. Naquela cidade, por acaso, chegou a ser acometido de uma certa enfermidade, o que exigiu o retorno à sua terra natal.


O acaso, no entanto, alteraria as suas intenções, pois ocorreu, no seu retorno, uma tempestade que atingiu os mares no espaço em que se encontrava o navio em que viajava, o que obrigou o seu afastamento para bem distante, alcançando, inesperadamente, a Sicília. Então, teve que ali permanecer por cerca de dois anos. Foi a oportunidade em que se transferiu para Assis, mudança ocorrida precisamente no dia 8 de maio de 1221. A sua presença naquela cidade lhe oportunizou a participar de um, dos tantos, capítulos da ordem.

Foi quando teve a oportunidade de ser observado pelo Frei Graziano que, no momento, era o ministro provincial da Romagna (região ao norte da Itália). Aquele pároco teve a curiosidade de perceber que, além de frade, ANTÔNIO demonstrava também ser padre. Quando pediu que lhe fizesse companhia. Seguindo-se momentos destinados à oração, meditação, ao lado da humildade dos serviços aos confrades. Foi a ocasião do seu amadurecimento na vocação franciscana. Aprofundando-se na experiência missionaria que, por sinal, havia sido interrompida.

Naquela oportunidade teve, da mesma sorte, revigorado o seu compromisso ascético, que lhe conduziu ao refúgio da contemplação.

Ocorreram, então, as ordenações


Foi ali, da mesma sorte, que vieram a acontecer as ordenações sacerdotais dos religiosos dominicanos e franciscanos, o que ocorreu mesmo em Forli. O interessante foi que, antes mesmo do grupo se encaminhar para a catedral da cidade, cujo objetivo era o de receber as ordens sagradas do bispo Alberto, a rotina do momento indicava a seguir um sermão aos candidatos. No entanto, nenhum deles havia sido escolhido para tal. O que, coincidentemente, nenhum daqueles padres havia se preparado para tal incumbência.

O curioso da história, é de se ver, foi que, no momento em que um deles deveria ser encarregado, todos se recusaram a se submeter a uma improvisação, por ser uma situação absolutamente inesperada. Naquela situação, só o superior de Montepaoli era conhecedor das habilidades de ANTÔNIO. Foi quando, na oportunidade, ele tomou a palavra. Supreendentemente, o seu discurso materializou um latim verdadeiramente estonteante. Ocorreu, por sinal, que ele revelou o seu domínio da cultura bíblica e uma espiritualidade envolvente

Foi precisamente ali que SANTO ANTÔNIO viu o começo da sua missão de pregador, episódio que se materializou na Romagna. E foi então que ele passou a falar com o povo, o que lhe fez alternar uma existência humilde e atormentada com o compromisso de catequização, num verdadeiro esforço pacificador, atendendo as confissões, ao mesmo tempo confrontando-se com os defensores das heresias.

Primeiro professor da ordem franciscana

ANTÔNIO chegou, naquele momento, a ser o primeiro professor de teologia da ordem franciscana, nascida àquela época, uma vez que, após o período em que esteve em Forli, foi quando ocorreu o convite pelos seus superiores para que ele pregasse nos vilarejos e cidades da Romagna. Era, portanto, o ano de 1223. Oportunidade em que, também, foi convidado a ensinar teologia em Bolonha, por consequência do que ali permaneceu por dois anos.


Àquela altura, era alvo da maior estima entre os seus superiores da Ordem Menor. Por conta do que recebeu a incumbência para assumir novo papel, como pregador geral, o que lhe concedia o direito de circular por onde desejasse. Ao mesmo tempo, foi, da mesma sorte, escolhido ao lado de outros seus confrades para até mesmo representar a Ordem junto ao Papa Gregório IX.

No período compreendido entre os anos 1229 e 1230, realizou algumas viagens em Pádua, o mesmo ocorreu entre os anos seguintes de 1230 e 1231. Foi, então, quando, precocemente faleceu. Naquela oportunidade teve os seus sermões considerados como as mais notáveis obras literárias de natureza religiosa que estavam sendo compiladas em Pádua. Era, aquele momento, a Idade Média.

Por conta do que, os seus sermões teriam sido responsáveis por propalar a fama de sua atuação em Pádua. Aquela condição é que foi responsável pelo extraordinário incentivo ao crescimento dos peregrinos. Circunstância que alcançou até mesmo a acorrência de uma multidão incessante que se reunia em torno do seu confessionário.

 Faleceu em condições lamentáveis

Era o final do ano de 1231 quando ANTÔNIO chegou a ser acometido por uma certa doença. Em virtude do que passou a ser transportado em uma carroça que era puxada por dois bois, destinando-se a Pádua. Consta que, então, a sua situação era tão grave que havia mesmo solicitado para morrer. O que acabou ocorrendo numa certa aldeia da periferia, denominada de Arcella. Foi onde acabou mesmo falecendo.

É, ainda, da sua história que, naquele momento então, ele chegou a respirar, murmurando: “Eu vejo o meu Senhor“. O dia da semana era - consta ainda da sua história - uma sexta-feira, precisamente o dia 13 de junho, quando ele se encontrava com apenas 36 anos de idade. “ANTÔNIO” foi sepultado realmente em Pádua, o que ocorreu na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini. Porque, por acaso, era ali o seu refúgio espiritual, quando se encontrava em intensa atividade apostólica.

Ainda mesmo decorrido um ano após o seu falecimento, a propagação dos inúmeros prodígios que eram conhecidos, como resultante da fé entre os que lhe seguiam, foi o que convenceu ao Papa Gregório IX a promover o seguimento de todas as etapas que eram exigidas no processo da sua canonização. ANTÔNIO foi, então, proclamado “doutor da igreja universal”. Consagração que se seguiu com o título de “Doutor evangelicus”. Ocorria, no momento, o ano de 1946, quando a igreja, oportunamente, lhe fez justiça reconhecendo a sua santidade.

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