Origens do CARNAVAL

Das “bacanais”, ao “entrudo” e até o “Trio Elétrico

(Carlos Casaes e Carla Maria)

As origens do Carnaval – hoje o maior espetáculo do mundo – remontam a muito distante. Aqueles que pesquisaram e promoveram estudos históricos sobre o evento asseguram de que há um certo relacionamento entre a manifestação de hoje, o Carnaval, seja com as orgias, como também certas festas que tinham origem na era greco-romana, quando se destacavam as bacanais. Estas seriam manifestações dedicadas ao deus Baco, ou até Dionísio para os gregos. Então, as suas características eram a embriaguez, bem assim a entrega aos prazeres da carne.


O exagero de comportamento era uma das características dessa festa popular que mantinha vínculos com religiões, bem como os tantos festivais que aconteciam na Antiguidade. Historicamente, vamos encontrar seus resquícios no Brasil durante a colonização. Mas é de se reconhecer de que eram festas realizadas em diversas partes do mundo, então. Por acaso, encontrou acolhimento fértil mesmo foi no Brasil.

Conquanto as suas naturais características históricas, há uma ligação fundamental com o catolicismo. Sobretudo pelo fato de que a sua celebração ocorre na antecipação da Quaresma. Pela sua origem na antiguidade, não pode ser entendida, evidente, como uma criação brasileira.

Semântica que se origina do latim



A expressão CARNAVAL tem a sua origem distante, em verdade, provinda da expressão latina “carnis levale”, cujo significado é “retirar a carne”. Evidentemente em relação ao jejum que é indicado para o período da Quaresma. Entenda-se que a razão do significado seria por conta do controle dos prazeres mundanos. Seria, então, uma tentativa da Igreja Católica em estabelecer um controle nos desejos dos seus fiéis.

Com esse entendimento, admite-se ser o Carnaval mesmo uma festa cristã, em virtude dessa sua relação direta com o “jejum” da Quaresma. Mesmo aceitando a existência de forte influência daquelas festas provindas da Antiguidade. Por exemplo, na Babilônia são identificadas duas festas as quais teriam originado o Carnaval: as sacéias que, em verdade, consistia numa celebração em que – estranhamente – prisioneiros assumiam a figura do rei por alguns dias. Então, eles se travestiam como tal, bem assim alimentando-se igualmente como o seu inspirador. Mais ainda, consta de que eles dormiam até com as esposas reais. No entanto, quando a festa alcançava o seu clímax, o seu intérprete era simplesmente chicoteado ou mesmo enforcado.

Havia, então e inversamente, um outro ritual que tinha como protagonista o próprio rei e ocorria no considerado equinócio da primavera. Momento em que era comemorado o ano novo na Mesopotâmia e se constituía num ritual promovido no templo de Marduk, o qual era um dos primeiros deuses da localidade. Era quando o rei se destituía dos seus emblemas de poder, ocorrendo, por consequência, a submissão total pois era surrado, com a dependência do rei ao próprio deus. Após o que ele retornava ao poder do seu trono.

A submissão do rei ao Carnaval

Aquela ligação das duas festas ao Carnaval constituía-se na subversão real dos papeis sociais na festa consequente do: transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei diante do seu Deus, após o que retornava ao seu trono.

As duas manifestações geravam a real ligação com o Carnaval, por conta da mudança que passou a ocorrer nos papeis, com os homens vestindo-se de mulheres, ao lado de outras práticas similares, porquanto toda essa situação era e é decorrente das tradições mesopotâmicas.

Da mesma sorte como é possível promover-se uma associação do Carnaval com as orgias, bem assim em relação, ainda ali, às festas de origem greco-romanas, tais eram as bacanais, essas que se dedicavam ao deus do vinho, BACO (ou, mesmo, Dionísio, para os gregos). As características dessas manifestações eram a embriaguez, como também a entrega aos prazeres da carne

Mesmo em se considerando Roma, existiam manifestações conhecidas como a Saturnália e a Lupercália. Quanto à primeira, ela ocorria no solstício de inverno no mês de dezembro, enquanto a segunda ocorria no mês de fevereiro, que era considerado como o mês das divindades infernais, bem assim das purificações. Aquelas festas percorriam vários dias, nas quais consumiam-se comidas e bebidas e se promoviam danças. Da mesma sorte, naquelas festas, ocorriam inversões sociais, com o que os escravos travestiam-se dos seus senhores, enquanto estes assumiam o papel dos escravos.

Relacionamento da Igreja com o Carnaval

É indiscutível o relacionamento que a Igreja tinha com aqueles festejos que, embora pagãos, distinguiam-se por uma extrema popularidade. É fato de que a Igreja não via com bons olhos aquelas celebrações pagãs, sobretudo com o seu próprio fortalecimento. A crítica, à época, é que existia uma inversão nas posições sociais, uma vez que, em verdade, aquela troca do papel que cada um exercia na sociedade resultava numa consequente mudança, também, no que se entendia como relação entre Deus e o Demônio.



As lideranças da igreja buscaram, por consequência, proporcionar um sentido mais cristão no relacionamento. Daí ter sido instituída a Quaresma durante a Idade Média, compreendida num período de 40 dias antes da Páscoa, o que tinha como característica principal o jejum. Somente depois foi que as festividades promovidas pelo povo começaram a ser concentradas no período e, então, curiosamente nomeadas como Carnis Levale”.

Porquanto a igreja desejava mesmo era determinar uma data a fim de que pudessem cometer os excessos, mas que estivesse anterior ao momento da severidade religiosa. Por consequência, o Carnaval passou a se estender por várias semanas, mais precisamente, entre o Natal e a Páscoa. Em contrapartida, foi por conta dos carnavais medievais, precisamente em torno do século XI, que se identificou o período fértil para a agricultura, oportunidade em que jovens costumavam a se fantasiar de mulher, desfilando nas ruas e campos durante certas noites. Identificavam-se, por conta disto, como habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos. Mas, invadiam os domicílios nos quais, por acaso, eram aceitos, para o que se proporcionava uma fartura de alimentos, com bebidas. E também disputavam, então, os beijos das jovens receptivas.

A Itália como anfitriã


Foi durante o Renascimento que cidades italianas revelaram a “comédia dell’arte” que se manifestava nos teatros improvisados. Era, então, por volta do século XVIII. Identifica-se Florença, por sinal, como a cidade onde teriam sido compostas canções destinadas a ornamentar os desfiles os quais, por acaso, apresentavam até carros decorados, que eram denominados de os “trionfi”. Por sua vez, em Roma e em Veneza foram os locais em que os participantes daquelas manifestações usavam a “bauta”, que se constituía nada mais do que uma capa com capuz negro, que encobria os ombros e a cabeça, complementado pelo chapéu de três pontas, ao lado da máscara branca.

É de se observar de que, tanto nas festas da antiguidade como no Carnaval da Europa, fosse na Idade Média quanto na Moderna, ocorria uma lógica semelhante: o mundo de cabeça para baixo. Oportunidade em que acontecia uma total inversão intencional da ordem, constituída na abolição de restrições à vida das pessoas, bem assim a consequente mudança, também, dos papeis na sociedade.

Somente a partir do século XVI que se buscou a querer estabelecer um controle naquelas festas carnavalescas no continente europeu. Por consequência, inclusive, dos conflitos religiosos naquele continente. Da mesma sorte como se buscava uma forma de estabelecer um controle social. Era, então, o confronto do conservadorismo contra a demonização das festas populares.

Aí, então, vem a história do Carnaval brasileiro


A história nos informa de que o Carnaval brasileiro começou a ser introduzido no país precisamente no período colonial. E aqui chegou através da proclamada brincadeira portuguesa: o “entrudo” que, por volta do século XX, chegou a se constituir em uma atividade lucrativa. Foi, na mesma época em que começou a se desenvolver uma série de ritmos e práticas, por conta da ação dos colonizadores que nos proporcionaram aquela novidade, a partir mesmo do século XVIII.

Ocorreu, então, com o surgimento das sociedades carnavalescas que se iniciou a popularização do Carnaval em meio às camadas pobres. Da mesma sorte como é identificado no início do século XX que começou a se manifestar a criatividade popular com o surgimento do samba que, sem dúvidas, manifestava expressiva influência da cultura africana, através dos escravos. A consequência natural seria, como ocorreu, o desfile das denominadas “escolas de samba”. Evento que teve, como resultante, a oficialização governamental. Por conta do que chegou a ser, aquela manifestação, constituída como a mais importante festa popular do país.


Verdade que o “entrudo” alcançou, à sua época, muita popularidade, por volta do século XIX. Contudo, pela sua consequente violência, pois chegou mesmo a ser manifestado como uma agressão, quando se utilizava toda a espécie de líquido fétido – até urina – o que determinou a sua extinção já no começo, do século XX.

Quanto ao samba, em outro momento eu também conto a sua história.

Demandou à violência até ser extinto

Passou a se constituir mesmo em uma zombaria pública até ser extinto, objetadas aquelas “molhadelas”, que existiam três dias antes da Quaresma. E, quando da sua extinção, tanto acontecia em local público como em recinto privado.  Rejeitado mesmo por ter derivado para a violência através de líquido fétidos, até mesmo a urina, quando não café (como antes mencionado). Era uma zombaria total que ocorria em público. Até caraterizado pelo que se denominava como “limões cheirosos”, vendidos à farta em locais onde o hábito era praticado mesmo pela família real.

No entanto, por começar a desagradar às elites, aconteceu até mesmo a serem baixados alguns decretos contra aquela prática esdrúxula. Reação que chegou inclusive a se constituir numa autêntica campanha, isto ainda por volta do século XIX. Mas aquelas manifestações populares começaram a perder força quando da passagem para a República. O que desaguou até no Carnaval, oportunidade em que se extinguiu definitivamente. E isto já no limiar do século XX.


É de se atentar mesmo para o fato de que a imprensa foi o grande veículo de reação ao “entrudo”. Foi, então, que, nas elite do império, o Carnaval começou a ser introduzido nos bailes de clubes e, até mesmo, em teatros. Se, por um lado, na prática do “entrudo” não havia música, estas se afirmaram nos bailes, do que se insere, inicialmente até as “polcas”. Foi quando a elite carioca programou o que se conheceu como o Congresso das Sumidades Carnavalescas momento em que, na primeira delas, ocorreu também o primeiro desfile pelas ruas do Rio de Janeiro.

Quando o povão aderiu e se impôs.

Mesmo considerando que a sociedade imperial buscava, naquelas festividades, ocupar as ruas, o povo não se acomodou, a ponto de, no final do século XIX, mostrar a sua inserção no contexto com a criação dos “cordões” e “ranchos”. É de se imaginar de que os cordões chegavam mesmo a utilizar, de certa forma, a estética das procissões religiosas. No contexto do que se inseriam manifestações como a capoeira e os “zé-pereiras, estes caracterizados pela presença dos bumbos na percussão. Enquanto isto, os ranchos consistiam em cortejos praticados pela gente provinda dos setores rurais.

Eu cheguei a conviver com o “zé pereira”, na minha infância, na cidade de Amargosa, como vai contado em um dos meus livros.

As marchinhas começaram a ser inseridas

Ainda no final do século XIX começaram a se insinuar as “marchinhas”, momento inclusive em que ocorreu o grande destaque do “Oh! Abre alas” com a projeção da imorredoura CHIQUINHA GONZAGA. Já em 1910 foi o samba que se insinuou e marcou época, através da célebre composição de outros dois autores imortais, DONGA e MAURO DE ALMEIDA, com o seu “Pelo Telefone”.


Por sinal foi o momento em que, também, a Bahia começou a se inserir no contexto, com o surgimento dos primeiros “Afoxés”, já na virada dos séculos XIX para o XX. Era a forma dos baianos afirmarem a influência das tradições da cultura africana. A história lembra de que os primeiros afoxés na Bahia foram “Embaixada da África” e “Pândega da África”.

E é de se atentar para o fato de que, então, já em Recife, o que passou a se inserir foi o “frevo”, rivalizando em Olinda com o “maracatu”, tendo ambos conquistado em definitivo as ruas locais.

 Carnaval afirmando-se nas classes populares e dominantes

Já, em definitivo, no século XX, o CARNAVAL, finalmente materializou-se em todas as classes, populares e elitizadas. E aconteceu, em verdade, na diversidade de formas. No começo do século, então, por volta de 1910, tiveram início as manifestações a se consolidar, por sinal, na forma dos “corsos”, desfiles de carros abertos, os ditos conversíveis, pela elite do Rio de Janeiro que percorria, então, a denominada Avenida Central, hoje Rio Branco.


Em Salvador, ficou famoso o corsoque foi promovido durante muitos anos pela Associação Atlética da Bahia, que saia com os seus associados inseridos nas diversas e exuberantes fantasias, todos os sábados do Carnaval e em veículos abertos. À época, percorrendo a Avenida Sete de Setembro, Praça Castro Alves, Rua Chile e até a Praça da Sé. Quando, em verdade, já era o começo do Carnaval, então, somente entre o sábado e a terça-feira. Algum tempo depois foi que começou a ser estendido.

Que se assegure, portanto, de que a prática do Carnaval foi inserida no Brasil pelos colonizadores portugueses nas suas formas originais. Ainda por volta de 1640. Entendendo-se, portanto, diante de tudo quanto foi até aqui referido, como uma manifestação que exaltava os prazeres da carne, no período anterior à Quaresma. Da mesma sorte como se observe de que, na Europa, também era utilizado como um modo de subversão da ordem.

O brasileiro preferiu celebrar a vida



Observe-se, da mesma sorte, como a festa se inseriu na população brasileira. Diversamente, o Carnaval, aqui, passou a ser a celebração da vida. E um dos modos de atingir tais objetivos era o uso das fantasias, utilizadas tanto nos ambientes fechados como nos locais públicos. No entanto, ao mesmo tempo, foi-se impondo o consumo elevado das bebidas alcoólicas.  Constituindo-se, portanto, num instante tanto de festa, como e sobretudo de alegria, mas também de embriaguez.

Um pormenor muito curioso foi que, durante alguns anos, na Bahia, por exemplo, os foliões travestiam-se de mascarados. Para o que imaginavam e criavam toda a espécie de figuração. Sobretudo na manhã dos três dias. Contudo, com o correr dos anos, aquele hábito começou a derivar para violências de toda a sorte, sobretudo por conta de que os “assaltantes” travestiam-se das máscaras para agredir as pessoas. Por consequência do que a máscara foi proibida pelas autoridades. Encerrando um momento muito divertido no contexto do próprio Carnaval.

Inclusive, eu e HÉLIO, meu querido e saudoso irmão, chegamos a nos mascarar durante alguns anos, num bloco junto com amigos. Para o que, até mesmo, confeccionávamos fantasias especiais. O nosso desfile pela cidade era na parte da manhã dos três dias.


É de se observar, da mesma sorte, como o Carnaval se constitui na maior festa popular brasileira, revela-se também como importantíssimo evento para a economia nacional. Hoje, e em verdade, envolve toda a nação, gerando, por consequência, uma movimentação turística impressionante. Pois, de um lado, estão aqueles que, aos milhares, deslocam-se para as cidades em que a celebração é mais rica, enquanto tantos outros buscam, em verdade, um momento de repouso. Num autêntico “reboliço” popular.

A evolução até as “escolas de samba”

Na realidade, o surgimento das Escolas de Samba constituiu-se num processo de evolução do Carnaval. Emergentes das camadas populares, já por volta de 1920, no Rio de Janeiro, teve consagrada como a primeira a ser conhecida a Deixa Falar, em 1928, esta, tendo originado, por sinal, a Estácio de Sá. A partir do que foram se popularizando, com a apresentação, então, também, da Vai como Pode, hoje a festejada Portela. Com a organização dos desfiles, a primeira disputa entre as escolas ocorreu, no Rio de Janeiro, em 1932.


Então, pode-se identificar de que as primeiras marchinhas carnavalescas começaram a se impor desde 1930. Foi quando conquistou grande sucesso a “Os Cabelos da Mulata”, do mais famoso compositor da época carnavalescas, Lamartine Babo, junto com os Irmãos Valença. Foi a grande década a partir de quando as marchinhas dominaram as ruas e os salões. E por aí, a cada ano os desfiles das Escolas de Samba cresciam em prestígio e atenções. Inclusive ajustando-se às determinações autoritárias do, então, Governo Vargas.

Um marco na evolução do Carnaval



Foi em 1950 que ocorreu em Salvador um fato que decidiu, definitivamente, pela mudança de rumos no Carnaval no país: o surgimento do Trio Elétrico. Em outros momentos, eu conto essa história, que vai aqui identificada também.

Osmar Macêdo era um profissional do ramo de instrumentos elétricos, junto com o conhecido Dodô. Naquele ano, promoveu-se em Salvador a visita do grupo de frevos de Pernambuco, “Os Vassourinhas”. Algum tempo antes do Carnaval. O desfile ocorreu do Campo Grande até a Praça da Sé. O sucesso foi estrondoso, com o trajeto invadido pela população em torno do consagrado conjunto.

Inconformado pelo fato de que um grupo “alienígena” houvesse conseguido tanto sucesso, Osmar convocou o seu sócio Dodô para uma reação durante o Carnaval. Surpreendentemente, no domingo os dois apareceram nas principais ruas da cidade, sobre uma “fobica”, na verdade um carro conversível. Haviam eletrificado dois instrumentos, um violão e um cavaquinho (ali surgiu a invenção da guitarra elétrica). E instalaram no fundo da “fóbica” duas daquelas enormes bocas de alto-falantes, as quais transmitiam os sons saídos dos seus instrumentos.

Ao desfilarem pelas principais artérias da capital baiana, executando os sucessos de então, a repercussão foi absolutamente impensada. Com o povo “enlouquecido” atrás. Foi quando ocorreu, por consequência, a invenção do Trio Elétrico. Por sinal, a denominação Trio Elétrico só veio a ser consagrada algum tempo depois. Pois nada igual, até ali, era conhecido.

Sobreveio a era “Moraes Moreira”


Um outro momento histórico do Carnaval brasileiro ocorreu em 1979, quando o grande compositor e intérprete Morais Moreira introduziu o batuque dos afoxés na música do Carnaval, influenciando diretamente a explosão definitiva dos trios elétricos, conquistando todo o país. Quando, por sinal, ocorreu o evento que se materializou com o famosíssimo “encontro de trios, na Praça Castro Alves. No entanto e por outro lado, foi a partir de 1960 que as Escolas de Samba alcançaram maior relevo, com o envolvimento comercial que as fizeram ainda bem mais expressivas. E foram, por acaso, os empresários do “jogo do bicho”, dentre outros, que passaram a investir “pesado” no ramo.

Foi quando a Prefeitura carioca passou a utilizar as arquibancadas na Avenida Getúlio Vargas e cobrar ingresso. Àquela evolução, São Paulo também aderiu, com a estruturação, mesmo, do desfile de suas escolas. Ocorreu, então, uma ação que inseriu definitivamente os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro no calendário festivo internacional. Em 1984, o Governador do Rio, Leonel Brizola, construiu o “Sambódromo”, com projeto do consagrado arquiteto Oscar Niemeyer.

Foi, em consequência, a partir dali que os desfiles das Escolas de Samba passaram a ter situação lucrativa, começando, definitivamente, a integrar o calendário turístico e do entretenimento brasileiro. Os desfiles das escolas cariocas fazem movimentar milhões de turistas e a envolver bilhões de reais que são, finalmente, investidos, portanto.

Pela importância adquirida por tais desfiles, vale aqui mencionadas as Escolas que se constituem nas maiores campeãs cariocas: Portela, com 22 títulos e Mangueira com 20. Já em São Paulo, a Vai, Vai com 15 títulos e a Mocidade Alegre, com 12.

Há poucos dias verificou-se uma tragédia, com o incêndio ocorrido em uma fábrica das fantasias das escolas, no Rio de Janeiro, que deixou algumas inteiramente descobertas para o desfile deste ano. As escolas que tiveram as suas fantasias destruídas pelo incêndio foram: Império Serrano, Unidos da Ponte, Unidos de Bangu e União do Parque Acari. Os organizadores do desfile, no entanto, decidiram que todas elas poderão desfilar nos seus respectivos grupos, ocorrendo por outro lado o fato de que não poderão ser rebaixadas, por consequência, uma vez que, logicamente, não concorrerão à disputa dos títulos.




 

(Autorizada a publicação desta pesquisa, desde que mencionados os autores)

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