PORTO SEGURO,

Um destino fantástico


(CARLOS CASAES E CARLA MARIA)

 

Um grupo de jornalistas especializados em turismo esteve em Salvador, a meu convite, e visitou Porto Seguro e sua região de influência. Procedentes do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, eles vieram à Bahia participar das comemorações dos meus 87 anos. Em Salvador, foram objeto de atenções pela tão eficiente ITAPARICA TURISMO, de Claudio e Tercia Maia, e estiveram gozando da hospedagem na capital e em Porto Seguro, da mesma sorte, pela, também, generosidade de Cícero Senna, com os seus maravilhosos hotéis PORTOBELLO, em ambas as cidades.

O que a ITAPARICA TURISMO lhes proporcionou foi, sem dúvida alguma, algo de muito especial, em se tratando das mais destacadas atrações de Salvador. E todos ficaram realmente deslumbrados quando estiveram no “Museu da Música” (naquele fantástico palacete de azulejos da Praça Visconde de Cairú, e em frente ao Mercado Modelo”). Seguindo-se a “Casa do Carnaval”, junto à Catedral Basílica, no Centro Histórico, e a antiga residência de JORGE AMADO e ZÉLIA GATTAI, no Rio Vermelho.

Indiscutivelmente, para o pouco tempo que disponibilizaram na capital baiana, as aludidas atrações constituíram um momento muito especial e que ficou gravado eternamente na memória dos jornalistas.

São integrantes da CONFRARIA NACIONAL DE JORNALISTAS DE TURISMO, instituição idealizada por mim e que reúne profissionais do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Alagoas, de Pernambuco e do Ceará. Evidentemente, também, da Bahia.

Causou espécie aos companheiros mencionados o fato de visitarem espaços instalados recentemente pela Prefeitura Municipal de Salvador, constituidores das maiores atrações da cidade, como também tiveram o ensejo de testemunhar o extraordinário e magnífico desenvolvimento de Porto Seguro e toda a sua área de influência. É sobre essa visita que desejo, nestas considerações, também enfocar nos seus principais aspectos.

Nessa oportunidade, no entanto, terei o objetivo de abordar a exuberante condição atual de Porto Seguro e todo o seu entorno.

A própria história da nação brasileira


Contam-nos os compêndios, ao abordarem as origens da nação e populações, do fato de, por volta dos anos 1000, os povos Tupis ao chegarem às paragens onde hoje se encontra o território de Porto Seguro – vindos da Amazônia - simplesmente expulsaram para o interior do continente as, igualmente, tribos indígenas dos Tapuias. Portanto, em torno do século XVI, oportunidade da chegada dos primeiros portugueses em terras brasileiras, nas imediações mencionadas, as encontraram habitadas pela tribo Tupi dos Tupiniquins.

Foi ali, portanto, a região onde aportaram os navegadores portugueses. Pois, em 22 de abril de 1500, o navegador lusitano Pedro Álvares Cabral avistou “terra firme”, oportunidade de perceberem o Monte Pascoal, que fica a 62 km ao sul de Porto Seguro. No entanto, somente no dia seguinte desembarcaram em terra firme, fato ocorrido pela primeira vez. Contudo, foi apenas no dia 24 de abril a ancoragem em Porto Seguro, local onde foi erguido o primeiro fortim, fato ocorrido precisamente em 1504 por Gonçalo Coelho.

Por sua vez, tem-se reconhecido o fato de, foi já em 1530, que o Governo Português demonstrou interesse pela nova descoberta, fato resultante, em verdade, do flagrante enfraquecimento do comércio com as Índias Orientais. As terras lhes destinadas pelo Tratado de Tordesilhas, então eram denominadas por NHOESEMBÉ.


Instalou-se, então, na Cidade Alta, um dos primeiros núcleos residenciais. Da mesma sorte como ali foi colocado o Marco do Descobrimento. Por sinal, é onde está a Cidade Monumento Nacional desde 1973. Por sua vez, o Marco do Descobrimento veio para ali procedente de Portugal entre os anos de 1503 e 1526, o qual constitui um símbolo da coroa portuguesa. Ele foi todo confeccionado em pedra de cantaria, com a qual foi esculpida a cruz da Ordem de Avis – de um lado – e o brasão das armas de Portugal - do outro.

Na mesma área encontra-se a Igreja Matriz Nossa Senhora da Pena, cuja construção data de 1535, pelo donatário da capitania Pero do Campo Tourinho. É onde se encontram as imagens sacras do século XVI e XVII, entre elas, destacadas as de São Francisco de Assis (primeira imagem religiosa trazida de Portugal), bem assim a de Nossa Senhora da Pena, por sinal, a padroeira da cidade. E cuja festa se realiza no dia 8 de setembro.

Os tantos monumentos históricos



Seguindo um pouco adiante, na mesma “Cidade Alta” está o PAÇO Municipal ou Casa da Câmara e Cadeia, construída no século XVIII e se constituindo numa das mais belas construções do Brasil Colônia e onde se encontra funcionando o Museu Histórico da Cidade, ou, Museu do Descobrimento. Da mesma sorte como é o local onde está a Igreja da Misericórdia ou do Senhor dos Passos. No templo encontram-se guardadas muitas imagens barrocas, como as do Senhor dos Passos e a de Cristo Crucificado.

Observe-se o fato de, em meio ao casario tombado, encontrar-se, da mesma sorte, a Igreja de São Benedito, esta ao lado das ruínas da antiga residência e colégio dos jesuítas, construída lá pelos idos de 1551. E conhecido como de São Pedro e de N. S. do Rosário. Continuando na Cidade Alta, vamos encontrar a estação rodoviária e o aeroporto, mas, estes, distantes do Centro Histórico, do outro lado da pista, vindo da BR-101.

Ainda como fato histórico, observe-se que, no século XVII, o fortim então erigido por Gonçalo Coelho, foi reforçado. Importante o fato de que todas essas informações, inclusive, nos foram concedidas pelo guia local que nos acompanhou na visita.

Um município que explodiu em desenvolvimento


Vale lembrado o fato de me encontrar já há mais de 20 anos por ter visitado Porto Seguro da última vez. Ocorreu, então, na oportunidade de realização, sob a minha responsabilidade, de um congresso da ABRAJET, por sinal, um evento muito atípico – como eu o havia idealizado - pois foi ocorrido durante nada menos do que 10 dias, com chegada numa sexta-feira e retorno no outro domingo. E visitando nada menos de 4 cidades: Salvador (onde foi instalado), Canavieiras, Ilhéus e Porto Seguro (onde se encerrou).

À época, Porto Seguro ainda não havia alcançado, nem por sonho, o nível de desenvolvimento e crescimento em que é encontrada hoje. Sobretudo, eu recordando a primeira vez em que lá estive, retornando de uma viagem de carro empreendida a Buenos Aires, com toda a família, vindo diretamente de Vitória do Espírito Santo, fizemos uma parada para pernoite ali.

Estávamos por volta dos primeiros anos da década de 70. Ao chegarmos em Porto Seguro, evidentemente, buscamos assegurar a hospedagem (eu, Tereza, Carla, Helga – as duas ainda nos seus primeiros aninhos – meu pai e minha mãe).

Surpreendentemente fomos informados por nativos locais do fato de na cidade não possuir – ainda – hospedagem instalada, além de uma pensão mantida, se me não engano, pelos frades de um convento local. E, por sinal, não havia vaga. Por sorte, residia na cidade, como funcionário do, então, BANEB, um primo meu – LOURIVAL CASAES BARRETO – foi a nossa sorte, pois ele fez absoluta questão de nos abrigar. O “salvador da pátria”, então.

Hoje. Somente o centro de Porto Seguro dispõe de, pelo menos, cerca de 88 acomodações: hotéis e pousadas. Ao todo, a região conta com – a valer as informações encontradas nos registros estatísticos – 1.779 hotéis.

Exemplos de hotéis excepcionais

Evidentemente que são unidades que se encontram ao longo de toda a área de influência de Porto Seguro e todo o seu grande entorno. Mas quero destacar dois deles, que podem ser modelos de excelência, pela qualidade das suas instalações, como também e sobretudo dos seus serviços.


Reporto-me ao Porto Belo Park Hotel – à Avenida Beira-Mar, 6.111, na Praia de Taperapuã - e ao Portobello Praia Hotel, este, uma das primeiras unidades de excelência de hospedagem que foram instaladas na cidade, a, apenas, 400 metros da praia, dotado de equipamentos tais piscina, tobo-água e academia, bem como internet gratuita, spa, restaurante, campo de bocha, quadra de tênis e equipe de lazer. São os hotéis do verdadeiro desbravador daquela região, o empresário Cícero Senna e que ficam na mesma localização.

Vale mencionado, da mesma sorte, uma terceira unidade do mesmo grupo, que se encontra em Salvador, mais precisamente no bairro de Ondina. É o Portobello Praia Hotel, em Salvador. Ele está precisamente a 39 km do centro da cidade e a 150 metros da praia, sendo que para a Praia de Ondina são 200 metros. Como características do hotel, destaque para “wi-fi” gratuito, centro de convenções e piscina. Três das mais destacadas unidades hoteleiras da Bahia e presença no país.

Praias e atrações da Costa do Descobrimento

Um dos locais mais festejados de toda aquela região de influência de Porto Seguro é o Arraial da Ajuda, que conta com nada menos de 11 km de praias, boa parte delas protegida por extensos arrecifes, por conta do que são formadas maravilhosas piscinas naturais, quando na maré baixa. Ao lado de falésias no mar aberto, até Trancoso.


Na vila, o destaque é para a Igreja Matriz, bem assim para o seu centro Histórico e o “mirante das fitinhas”. À noite, as atenções são para a Rua do Mucugê e para o calçadão da Brodway. Na realidade, tem início no Rio Buranhém, com acesso à travessia pelas balsas que servem ao público. Trancoso, é mais rústica do que o Arraial da Ajuda e tem como uma das suas principais atrações o denominado quadrado de Trancoso, que se destaca por suas casinhas coloridas e os seus charmosos restaurantes abaixo das árvores.

Valem ser destacadas as praias mais preferidas pelos seus usuários e que ficam em frente à vila, como a Praia dos Nativos e a Praia dos Coqueiros. Trancoso exatamente a 30 km de Porto Seguro, tendo o seu acesso todo pavimentado.

Quilômetros e quilômetros de belíssimas praias



A Praia do Espelho é uma das mais rústicas e está considerada como uma das mais belas de todo o Brasil. Na realidade, a sua localização encontra-se no perímetro do Distrito de Caraíva, mas é considerado um destino apartado do mesmo, precisamente no intervalo entre Trancoso e Caraíva, a, precisamente, 63 quilômetros de Porto Seguro (30 deles no asfalto e 33 no chão batido).


É de se ver o fato de Caraíva ser uma vila rústica, embora muito charmosa, na qual não entram veículos porquanto permanecem no estacionamento existente no rio, atravessado por canoa. A foz do rio Caraíva, no encontro com o mar, é o local preferido tanto durante o dia quanto durante a noite. Por seu lado, a charmosa Beira Rio, repleta de bares, restaurantes e lojinhas, é o “point” noturno do local.

Em qualquer época do ano há atrativos

Na realidade, não há época específica para se visitar Porto Seguro. Isto, em virtude do seu clima sempre equilibrado. Apesar de que, nas épocas de férias e de feriados prolongados a ocupação dos seus meios de hospedagem superlotem.


Pela sua localização no mapa do Brasil, Porto Seguro, em verdade, encontra-se distante 711 km ao sul da Bahia, no litoral, evidente, sendo alcançada facilmente por via rodoviária, BR-101, bem assim a 587 km ao Norte de Vitória, capital do Espírito Santo. Até Belo Horizonte, em Minas Gerais, são 930 km igualmente por rodovias.

Uma característica curiosa e especial de Porto Seguro, é ser considerado como o destino aéreo mais barato do Nordeste brasileiro. O seu aeroporto, bastante movimentado nos momentos de “pico”, está a somente 3 km do centro da cidade. Como já mencionamos, para os deslocamentos para o Arraial da Ajuda, há balsas para proceder a travessia, pelo rio Buranhém.

Um destaque que vale ser especialmente mencionado é a denominada Passarela do Álcool, bem no centro urbano de Porto Seguro e é onde se encontram os considerados mais destacados quitutes da região. Uma curiosidade muito especial, também, no local, é o drinque denominado de “capeta”, que tem fama em todo o país. Na realidade é uma espécie de “batida” ou “caipirosca” que se constitui da mistura dos seguintes ingredientes: guaraná, cacau em pó, canela, leite condensado e vodca.

Ir a Porto Seguro e não experimentar o “capeta”, claro que fica faltando alguma coisa.

Seis destinos existem na Costa do Descobrimento


Observe-se de que, na denominada Costa do Descobrimento há, na realidade, nada menos do que seis destinos que estão disponíveis e são atrações para visita: Cabrália, Porto Seguro, Arraial da Ajuda, Trancoso, Praia do Espelho e Caraíva. Embora não integre o espaço específico de Porto Seguro, Cabrália é um destino bastante prestigiado e visitado.

Pelo menos, sete dias são calculados para aqueles visitantes que estejam interessados em conhecer todos esses destinos. Período que pode ser distribuído da seguinte forma: dois dias com pernoite em Porto Seguro, 2 dias entre Cururipe e a Praia do Espelho, com noite em Caraíva; 2 dias entre Caraíva e passeio à Ponta de Corumbá, com noite em Caraíva.  E mais 1 dia com manhã em Caraíva e tarde em Trancoso com a noite destinada a Trancoso, também.

Reserva Indígena, tão curiosa quanto fantástica

Indiscutivelmente um dos momentos mais especiais da presença dos jornalistas na região de Porto Seguro, foi a visita que fizemos (pois nós os acompanhávamos) à reserva indígena, a uma taba original dos Índios Pataxós. Há, exatamente, 12 quilômetros do centro de Porto Seguro, está a Reserva da Jaqueira, que tem acesso pela BR-367, sentido Porto Seguro ¬ Santa Cruz Cabrália, sendo a saída no seu sentido em frente ao Barramares.


A reserva encontra-se precisamente a 2 km da costa e é onde residem cerca de 32 famílias dos indígenas Pataxós. Na aludida taba, os nativos apresentam aos visitantes os seus hábitos e rituais, constituindo-se um autêntico mergulho à cultura dos nossos povos originais. Toda a reserva é constituída de 827 hectares na mata nativa, em meio ao que se encontram as ocas espalhadas no formato original.

Os indígenas daquela reserva recebem os visitantes vestidos e pintados a caráter, quando promovem, inclusive, a apresentação com as suas danças e rituais típicos. Durante a visita, também, os visitantes são treinados, se assim desejarem, a utilizar o arco e a flecha. Da mesma sorte é possível adquirir peças do seu riquíssimo artesanato, confeccionado na própria tribo pelos seus integrantes, pois existem espaços em que são disponibilizadas – de forma muito racional – centenas de peças da riquíssima produção local. É possível, da mesma sorte, promover trilhas, bem assim fazer pintura corporal à moda indígena.


Um pormenor da mesma sorte bastante curioso é o fato de que os indígenas daquela reserva proporcionam aos visitantes experimentar da sua culinária típica, como comer o “peixe assado na palha de patioba”, como nós, do grupo de jornalistas, fizemos. Da mesma sorte como é por demais interessante o fato do visitante poder pernoitar no interior da taba, pois existem ocas especiais para tal destinação.

Enfim, valeu a iniciativa da visita dos companheiros jornalistas do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Sobretudo, graças à extrema gentileza de CÍCERO SENNA e de CLÁUDIO e TÉRCIA MAIA.

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